I Workshop de Estratégias para Redução de Capturas Incidentais de Toninhas, para pensar em medidas de proteção para o golfinho em maior risco de extinção do Brasil, acontece em outubro
Atentos ao aumento da
mortalidade de toninhas nos últimos anos, o Projeto Toninhas do Brasil e seus
parceiros realiza, no período de 18 a 22 de outubro, o I Workshop de
Estratégias para Redução de Capturas Incidentais de Toninhas: Oportunidades e
Desafios. O evento, online e gratuito, vai reunir pesquisadores, estudantes e
gestores, para pensar em medidas de proteção para o golfinho mais ameaçado do
Brasil.
Com uma extensa
programação dividida em conferências, mesas-redondas e rodas de discussões,
nomes nacionais e internacionais vão apresentar os principais avanços e
discutir os possíveis caminhos para a diminuição da captura incidental em redes
de pesca (bycatch), a principal ameaça à conservação da espécie.
De acordo com dados
do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), encalham
nesta região (que vai de Laguna/RJ a Saquarema/RJ) em média 550 toninhas mortas
todos os anos. Trabalhando há mais de 20 anos com a espécie, a coordenadora do
Projeto Toninhas do Brasil, Marta Cremer, comenta que esse número é alarmante.
“Só em 2020, foram 451 animais recolhidos, e sabemos que esse número é
subestimado, já que nem todas as toninhas que morrem acabam por encalhar na
praia. Este número é preocupante para qualquer espécie de mamífero, e ainda
mais para um golfinho tão sensível e ameaçado como a toninha”. A pesquisadora
ainda reforça que a toninha é uma espécie bandeira e sentinela da saúde dos ecossistemas
marinhos. “Ao proteger a toninha, estamos protegendo uma infinidade de espécies
e também as comunidades humanas que dependem dos recursos da zona costeira para
sua subsistência. Por isso um evento como esse é tão importante.”
O evento, que conta com
financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa
Catarina (Fapesc), acontece pela plataforma Zoom e terá transmissão ao vivo
pelo YouTube. As inscrições podem ser feitas nesse
link. Os participantes
via Zoom irão contar com tradução simultânea nos idiomas de inglês e espanhol,
além de interpretação na língua brasileira de sinais - Libras. A programação
inclui conferencistas dos EUA, do Reino Unido e Peru, além de representantes
dos três países de ocorrência da espécie: Brasil, Uruguai e Argentina. A
programação completa está disponível no link.
Você conhece a
toninha?
A toninha (Pontoporia
blainvillei) é um pequeno golfinho que vive apenas nas águas costeiras do
Brasil, Uruguai e Argentina. Acredita-se que essa espécie latina esteja entre
os menores golfinhos do mundo; seu tamanho máximo é de 1,60 e o peso de um
adulto varia entre 30kg e 50kg. A toninha costuma viver próximo à linha de
costa, o que a deixa ainda mais vulnerável às atividades humanas, sendo a
captura incidental em redes de emalhe a principal ameaça à sua sobrevivência.
Isso, somado ao ciclo reprodutivo lento, com um filhote a cada dois anos, coloca
a espécie em uma situação de grande risco. No Brasil, a toninha está listada
como “criticamente em perigo”, e em nível mundial como “vulnerável”, segundo a
União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
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I Workshop de
Estratégias para Redução de Capturas Incidentais de Toninhas: Oportunidades e
Desafios é realização da Universidade da Região de Joinville - Univille, com
financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa
Catarina (Fapesc) e em parceria com o Grupo de Estudos de Mamíferos Aquáticos
do Rio Grande do Sul (GEMARS), a Fundação Universidade do Estado de Santa
Catarina – UDESC/Laguna, o Laboratório de Ecologia e Conservação - CEM/UFPR, a
Associação MarBrasil, a Universidade Estadual Paulista - UNESP, o Instituto
Biopesca, a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) e o Centro
Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos, do Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade – CMA/ICMBio - Ministério Do Meio
Ambiente.