30 de novembro de 2021

EVENTO DEBATE ESTRATÉGIAS PARA REDUZIR MORTALIDADE DE TONINHAS

 I Workshop de Estratégias para Redução de Capturas Incidentais de Toninhas acontece em outubro e reúne pesquisadores nacionais e internacionais, além de estudantes, gestores e pescadores, para pensar em medidas de proteção para o golfinho mais ameaçado do Brasil



No dia 1º de outubro celebra-se o Dia Internacional da Toninha. A data, um marco na conservação da espécie, que está entre as mais ameaçadas de extinção do mundo, foi escolhida por representar o período de maior número de nascimentos da espécie. Neste ano, no mesmo dia, o Projeto de Monitoramento de Praias (PMP-BS) - Univille  recolheu morto um filhote macho de toninha com aproximadamente cinco dias de vida na praia de Itapoá, litoral norte de Santa Catarina. Esse episódio é apenas um recorte das centenas de animais que chegam sem vida às praias brasileiras todos os anos.

A toninha (Pontoporia blainvillei) é um pequeno golfinho que vive apenas nas águas costeiras do Brasil, Uruguai e Argentina. Uma espécie latina, como comentam alguns pesquisadores. Ela costuma viver próximo à linha de costa, o que a deixa ainda mais sensível às interações humanas, sendo a captura incidental em redes de emalhe a principal ameaça à sua sobrevivência. Isso, somado ao ciclo reprodutivo lento, com um filhote a cada dois anos, coloca a espécie em uma situação de grande vulnerabilidade. No Brasil, a toninha está listada como “criticamente em perigo”, o que reforça a urgência da discussão.

Nesse sentido, entre os dias 18 e 22 de outubro acontece o “I Workshop de Estratégias para Redução de Capturas Incidentais de Toninhas: Oportunidades e Desafios”. O evento, online e gratuito, vai reunir importantes nomes nacionais e internacionais em conferências, mesas-redondas e rodas de discussão para discutir alternativas para a diminuição da captura incidental de toninhas. 

Trabalhando há mais de 20 anos com a espécie, a coordenadora do Projeto Toninhas do Brasil, Marta Cremer, que organiza e executa o workshop, reforça a importância de eventos como esse. “A toninha é nossa, representa nossa biodiversidade, nossa cultura e nossa história comum. É bastante significativo que esse evento, reunindo olhares do mundo todo, ocorra no Brasil, acredita-se que ela já tenha sido o golfinho mais abundante da costa brasileira e é muito emblemático constatar que hoje ela corre o risco de desaparecer”, explica a pesquisadora, que também coordena o Programa de Pós-graduação em Saúde e Meio Ambiente, da Universidade de Região de Joinville - Univille.

O evento, que conta com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), acontece pela plataforma Zoom e terá transmissão ao vivo pelo YouTube. As inscrições podem ser feitas nesse link. Os participantes via Zoom, irão contar com tradução simultânea nos idiomas de inglês e espanhol, além de interpretação na língua brasileira de sinais - Libras. A programação inclui conferencistas dos EUA, do Reino Unido e Peru, além de representantes dos três países de ocorrência da espécie: Brasil, Uruguai e Argentina. A programação completa está disponível no link.