Foto: Projeto Toninhas/UNIVILLE |
O primeiro registro da presença
de toninhas na Baía da Babitonga ocorreu em dezembro de 1996, durante as
atividades de campo para pesquisas sobre
o boto-cinza. Em 2001 iniciaram estudos sistemáticos sobre esta população. Iniciaram-se
então esforços de pesquisa para avaliar sua distribuição, abundância e repertório
sonoro, entre outras informações que vem sendo coletadas ao longo dos últimos
anos.
Com o objetivo de estimar a área
de vida, o uso do hábitat, os padrões de mergulho e o grau de estabilidade dos
grupos, em outubro de 2011 foram instalados transmissores satelitais em cinco
toninhas da Baía da Babitonga. Os transmissores funcionaram por períodos
variáveis, por no máximo 2 meses. No entanto, as toninhas marcadas continuam
sendo monitoradas através da fotoidentificação, utilizando as marcas
permanentes na nadadeira dorsal.
Foto: Projeto Toninhas/UNIVILLE |
O contínuo monitoramento destes
animais tem contribuído de forma significativa na obtenção de dados inéditos sobre
a espécie, gerando subsídios importantes para a conservação das toninhas na
Babitonga. Os resultados obtidos até o momento indicam que a população é
extremamente residente na região, pois não há registros dos indivíduos marcados
deslocando-se para fora da Baía da Babitonga. Os animais marcados estão sendo
registrados há cerca de 9 meses dentro da baía. As toninhas têm áreas
preferenciais dentro da baía, principalmente na região central, entre as Ilhas.
Amostras genéticas obtidas durante o processo de instalação dos transmissores
estão sendo analisadas pela equipe do Laboratório de Biodiversidade Molecular
da UFRJ, parceiro do Projeto Toninhas. Os resultados deste trabalho vão
auxiliar a compreender a situação da população da Babitonga em relação as
toninhas que vivem ao longo da costa.
Em toda a sua distribuição, a principal ameaça à
toninha está diretamente relacionada com a captura acidental em redes de
emalhe, que causa a morte de centenas de toninhas por ano. Sendo a toninha o
mamífero marinho mais ameaçado do Atlântico Sul, o desenvolvimento de pesquisas
é essencial para a criação de estratégias de conservação que possam garantir a
sobrevivência da espécie.
Foto:Museu Oceanográfico-Prof. Eliézer C. Rios |