26 de julho de 2012

Toninhas marcadas com transmissores satelitais continuam sendo monitoradas na Baía da Babitonga

Foto: Projeto Toninhas/UNIVILLE

O primeiro registro da presença de toninhas na Baía da Babitonga ocorreu em dezembro de 1996, durante as atividades de campo para pesquisas  sobre o boto-cinza. Em 2001 iniciaram estudos sistemáticos sobre esta população. Iniciaram-se então esforços de pesquisa para avaliar sua distribuição, abundância e repertório sonoro, entre outras informações que vem sendo coletadas ao longo dos últimos anos.
Com o objetivo de estimar a área de vida, o uso do hábitat, os padrões de mergulho e o grau de estabilidade dos grupos, em outubro de 2011 foram instalados transmissores satelitais em cinco toninhas da Baía da Babitonga. Os transmissores funcionaram por períodos variáveis, por no máximo 2 meses. No entanto, as toninhas marcadas continuam sendo monitoradas através da fotoidentificação, utilizando as marcas permanentes na nadadeira dorsal.

Foto: Projeto Toninhas/UNIVILLE


O contínuo monitoramento destes animais tem contribuído de forma significativa na obtenção de dados inéditos sobre a espécie, gerando subsídios importantes para a conservação das toninhas na Babitonga. Os resultados obtidos até o momento indicam que a população é extremamente residente na região, pois não há registros dos indivíduos marcados deslocando-se para fora da Baía da Babitonga. Os animais marcados estão sendo registrados há cerca de 9 meses dentro da baía. As toninhas têm áreas preferenciais dentro da baía, principalmente na região central, entre as Ilhas. Amostras genéticas obtidas durante o processo de instalação dos transmissores estão sendo analisadas pela equipe do Laboratório de Biodiversidade Molecular da UFRJ, parceiro do Projeto Toninhas. Os resultados deste trabalho vão auxiliar a compreender a situação da população da Babitonga em relação as toninhas que vivem ao longo da costa.
Em toda a sua distribuição, a principal ameaça à toninha está diretamente relacionada com a captura acidental em redes de emalhe, que causa a morte de centenas de toninhas por ano. Sendo a toninha o mamífero marinho mais ameaçado do Atlântico Sul, o desenvolvimento de pesquisas é essencial para a criação de estratégias de conservação que possam garantir a sobrevivência da espécie.
Foto:Museu Oceanográfico-Prof. Eliézer C. Rios