A disponibilidade de presas é um dos principais fatores que
molda a forma como um predador ocupa o seu habitat. As toninhas se alimentam de
pequenos peixes, lulas e camarões. Em ambientes de estuário como a Baía da
Babitonga, as variações nos estados da maré, enchentes e vazantes, ocasionam
ciclos diários de mudança do ambiente, influenciando a disponibilidade de
presas e consequentemente a distribuição dos golfinhos.
Com objetivo de conhecer melhor a influência que as presas
tem na distribuição das Toninhas na Baía da Babitonga, nos dias 13 e 14 de
janeiro de 2014 o Projeto Toninhas/UNIVILLE realizou esforços de pesca na Baía
da Babitonga. Em diferentes condições de maré ao longo do dia, foram realizados
cercos de praia com redes do tipo picaré.
Também foram realizados arrastos de fundo com redes de
portas, contando com a colaboração de um pescador e uma embarcação
especializada para a atividade. Embora a utilização deste tipo de embarcação
dentro de baías e estuários seja proibida, seguindo a Portaria Ibama nº 84, 15 de julho de 2002, o
Projeto Toninhas contou com uma licença especial para finalidade científica, concedida
pelo Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade – SISBIO, do
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, órgão
vinculado ao Ministério do Meio Ambiente – MMA. A
Capitânia dos Portos de São Francisco do Sul também foi comunicada da
realização das atividades.
Conhecer os fatores que afetam a distribuição das toninhas
na Baía da Babitonga é fundamental para a conservação da espécie.