A
primeira operação de captura e marcação de golfinhos em águas brasileiras
começa a mostrar resultados. Os cinco indivíduos da espécie marcados com
transmissores satelitais, sendo três machos e duas fêmeas, foram monitorados
por um período entre 10 e 120 dias (os transmissores variam na sua duração). Os
resultados comprovam que a população de toninhas monitorada é residente na Baía
da Babitonga e ocupa uma área específica - a região central da baía - considerada
um habitat-chave para a conservação desta população tão especial. As toninhas
da Babitonga são a única população conhecida da espécie residente nas águas
protegidas de uma baía com características de estuário.
Um
resultado muito importante também foi a comprovação de que as toninhas ocorrem
em uma região que vem sendo alvo de interesses para a construção de novos
portos no interior da Baía da Babitonga. A construção destes terminais, que
estão em fase de avaliação no IBAMA, e que pretendem se instalar na região
entre as Ilhas do Araújo e Laranjeiras, comprometeria totalmente a
sobrevivência da espécie na região, levando a um processo de extinção local. A toninha
é uma espécie muito sensível e não tolera a perturbação causada por atividades
portuárias. Há cerca de sete anos tramita no IBAMA, e posteriormente ICMBio, a
proposta de criação de uma unidade de conservação de uso sustentável, a Reserva
de Fauna Baía da Babitonga. Infelizmente, o processo encontra-se parado e os
pesquisadores esperam que os resultados deste estudo reforcem ainda mais a
importância de conservar esta região.