Nesta segunda-feira, dia 01/07/2013, uma foca-caranguejeira foi encontrada no rio Itinga, em Joinville, por moradores da região. A FUNDEMA e a Polícia Ambiental foram contatadas e fizeram a remoção do animal do rio. A foca foi levada até a Praia Grande, em São Francisco do Sul, onde foi liberada para que voltasse ao mar e pudesse retornar ao seu local de origem, o Continente Antártico.
Outros animais desta espécie já foram avistados no sul do Brasil, mas em
poucas oportunidades, já que as colônias reprodutivas estão localizadas no
extremo sul do planeta. O caso mais recente foi de um macho, encontrado na
Praia do Rosa há cerca de um mês.
A foca-caranguejeira (Lobodon
carcinophaga) pode chegar a 2,6 metros de comprimeto e pesar de 200 a 300
kg, sendo que os filhotes nascem com cerca de 1,1 metros e pesam de 20 a 40 kg.
Estas focas alimentam-se principalmente de krill, um pequeno crustáceo
que cresce em abundância nos mares gelados. Por isso seus dentes possuem várias
pontas, que facilitam a captura do alimento. Pode se alimentar também de peixes.
A foca-caranguejeira pode mergulhar em profundidades de até 430 metros e
ficar 11 minutos submersa. Seu principal predador natural é a foca-leopardo,
que ataca principalmente os filhotes.
É considerada uma das espécies de focas mais abundantes do mundo. As
estimativas indicam que cerca de 10 a 15 milhões de indivíduos estejam na
natureza.
Focas, lobos-marinhos, leões-marinhos, elefantes-marinhos e morsas, são
mamíferos marinhos do grupo dos pinípedes. Estes mamíferos passam boa parte da
vida em terra, principalmente na época reprodutiva, mas também para descansar.
Dependem do mar para sua sobrevivência, já que se alimentam de peixes, lulas,
krill e outros invertebrados marinhos, mas a terra firme é um importante local
de descanso e cuidado de filhotes.
Por que este animal é uma foca e
não um lobo ou leão-marinho?
As focas não possuem orelhas e locomovem-se em terra com movimentos
ondulatórios do corpo. Os lobos e leões-marinhos, além de terem orelhas, apoiam-se
nos membros anteriores durante a locomoção em terra.
Qual a recomendação quando se
encontra uma foca viva na praia?
A recomendação é a mesma para os lobos e
leões-marinhos. Se o animal estiver em boas condições de saúde, deve ser deixado no local
para que retorne sozinho para o mar. Caso esteja em situação de perigo, ou em
local não adequado (como neste caso), o animal deve ser contido e liberado o
mais breve possível em uma praia deserta. Apenas animais machucados ou visivelmente
doentes devem ser levados para centros de reabilitação. Neste caso, o
Comitê Científico para Recursos Vivos Antárticos (SCAR) recomenda que animais
de origem antártica, como é o caso da foca-caranguejeira, que forem tratados em
centros de reabilitação, não devem ser liberados, de forma a manter o ambiente
antártico preservado. São grandes
as chances de que estes animais possam contrair doenças desconhecidas pela
espécie e contaminar toda a colônia reprodutiva quando retornarem para seu
local de origem. O ideal é avisar os órgãos responsáveis, como a Polícia
Ambiental, e a instituição de pesquisa mais próxima, como a UNIVILLE, para uma
correta avaliação da situação e tomada de decisão.
Não devemos forçar o animal a entrar na água! Ele pode estar com frio e
cansado e pode preferir ficar na areia até se sentir seguro para voltar sozinho
ao mar.