Na Oficinas Elaboração do Plano de Ação
Nacional de Conservação da Toninha (PAN Toninha) são definidas ações para a
conservação da espécie
De 1º a 4 de julho aconteceu em Santos
(SP) a Oficina de Elaboração do Plano de Ação Nacional de Conservação da
Toninha (PAN Toninha), um dos marcos mais importantes para as políticas públicas
de conservação de espécies ameaçadas de extinção no Brasil, o que inclui o
golfinho mais ameaçado do Oceano Atlântico Sul.
O encontro reuniu cerca de 40 pessoas,
entre pesquisadores, representantes de órgãos públicos federais e estaduais e
da sociedade civil organizada. A coordenadora geral do Projeto Toninhas, Marta
Cremer, e o coordenador de pesquisa, Renan Paitach, compõe o grupo. Em cinco
dias de discussão foram definidas as diretrizes de conservação para a toninha
no Brasil.
Você sabe o que é um PAN?
É um instrumento de gestão voltado para o
ordenamento de ações para a manutenção da biodiversidade. Cada PAN é
constituído por um conjunto de metas e diretrizes estabelecidas como
necessárias para a conservação de espécies ameaçadas de extinção. Eles são
elaborados e implementados de forma conjunta, envolvendo especialistas,
gestores públicos e a sociedade civil organizada, entre outros atores.
Para que serve um Plano de Ação Nacional?
Os PANs servem para orientar as ações de
pesquisa e gestão necessárias para reverter a situação de ameaça em que uma
espécie se encontra. Em geral estas ações incluem o monitoramento, a educação
ambiental, o manejo das espécies e dos ecossistemas, buscando reduzir
gradualmente o risco de extinção das espécies.
Quem executa o PAN?
As ações do PAN são de responsabilidade
conjunta do poder público e da sociedade civil, pois proteger a nossa
biodiversidade é um compromisso de todos. Na elaboração do PAN é definido um
ator no papel de articulador, assim como colaboradores, que irão atuar
especificamente na execução da ação.
E por que é importante um PAN da toninha?
A toninha (Pontoporia blainvillei)
é o pequeno cetáceo mais ameaçado de extinção em todo o Atlântico Sul
Ocidental. Na Lista Oficial das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de
Extinção está listado como “criticamente em perigo”, o último nível de ameaça
antes da extinção.
De hábitos costeiros, a toninha é
encontrada em águas com até 50 m de profundidade, sendo que a maioria permanece
em áreas de até 30 m. Essa característica torna a espécie muito vulnerável às
atividades humanas, em especial a pesca de emalhe, que ocorre de forma mais
intensa nesta região.
A toninha é um dos golfinhos mais antigos
do mundo, vivendo em nossos mares há cerca de um milhão de anos. Sua linhagem
surgiu bem antes da maioria dos golfinhos modernos, pertencendo a uma família
ancestral de botos de rio. Apresenta grande importância na manutenção do
equilíbrio dos ecossistemas em que vive e pode ser indicador da qualidade do
habitat.