28 de fevereiro de 2013

Leão-marinho na Baía da Babitonga!



Há cerca de 1 mês uma fêmea de leão-marinho (Otaria flavescens) está “morando” na Baía da Babitonga.
 
Esta espécie de leão-marinho ocorre no sul da América do Sul, e raramente são avistados na costa de Santa Catarina. Por ser uma fêmea, a situação torna-se ainda mais especial, já que as fêmeas tendem a permanecer próximo das colônias reprodutivas, que no Oceano Atlântico ficam no Uruguai e Argentina.
A principal característica dos leões-marinhos é a presença de uma “juba” nos machos, que não aparece nas fêmeas, e por isso são chamados de leões. Um macho adulto pode chegar a 2,6 metros de comprimento e pesar cerca de 300 kg, enquanto as fêmeas chegam a medir 2 metros e pesar 140 kg. Os filhotes nascem com cerca de 80 cm, pesando em torno de 15 kg.
Alimentam-se principalmente de peixes e invertebrados, como polvos, lulas e camarões. A profundidade máxima de mergulho já registrada é de 175 m, com duração de 7 minutos. Seus predadores naturais são orcas, tubarões e a foca-leopardo.
“Léia”, como foi batizada a “leoa-marinha” da Babitonga, está repousando em uma das ilhas e se alimentando regularmente. Pode ser que ela fique na região por um longo período e, como não está machucada, a recomendação dos veterinários é a deixar descansar, até que se sinta à vontade para retornar à sua colônia.
Nestas situações, nunca devemos alimentar o animal, nos aproximar destes animais ou tentar tocá-los; eles possuem dentes fortes e, além de morder, podem transmitir doenças.
A Equipe do Projeto Toninhas está monitorando Léia regularmente!

1 de fevereiro de 2013

Atropelamento no mar!

Foto 1 – Grupo de toninhas, Pontoporia blainvillei, com embarcação passando.


A interação entre animais marinhos e embarcações que trafegam pela região costeira pode causar impactos diretos e indiretos. Os impactos diretos, como colisões, são capazes de causar ferimentos e até a morte dos animais, enquanto os impactos indiretos, como o ruído produzido pelas embarcações, podem causar alterações comportamentais ou mesmo o abandono de áreas. Esta problemática tende a se intensificar nos meses de verão, quando a presença de turistas e o tráfego de embarcações aumentam muito. Diversas espécies estão expostas, como golfinhos, tartarugas, peixes-boi e até baleias. Para os golfinhos e baleias, o tráfego de embarcações pode causar alterações nos padrões de mergulho, na coesão dos grupos, no intervalo de respiração e até ocasionar o abandono da área pelos animais, além de ferimentos no corpo, quando estes são “atropelados”.

Foto 2 – Tartaruga-verde encontrada na praia de Ubatuba com rachadura no casco.

No dia 27/01/2013 a equipe do Projeto Toninhas fez o resgate de uma jovem tartaruga-verde (Chelonia mydas) encontrada viva pelo corpo de bombeiros de São Francisco do Sul na praia de Ubatuba. O animal estava debilitado, com sinais de desnutrição, mas o que chamou a atenção dos pesquisadores foi uma rachadura no casco! A tartaruga recebeu os primeiros cuidados pela equipe do projeto e foi encaminhada até a base do Projeto TAMAR, na Barra da Lagoa, em Florianópolis. Os veterinários do Projeto TAMAR confirmaram: a rachadura no casco da tartaruga-verde foi ocasionada por uma hélice de embarcação. Felizmente, o animal passa bem e tem boas chances de recuperação.



Foto 3 – Cetáceos com ferimentos ocasionados por embarcações (Fonte: Barleycorn, A. 2013. Sarasota Bay boat strikes in 2012. Nicks n  Notches, Annual Summary of the Activities and Findings of the Sarasota Dolphin Research Program. 12p.).

Ferimentos causados por embarcações já foram registrados em diversas espécies de cetáceos em todo o mundo. Em toninhas (Pontoporia blainvillei) não há registros deste tipo, o que não quer dizer que o problema não exista. Possivelmente a toninha não sobreviveria a um evento deste tipo, pois é um dos menores golfinhos do mundo.




O que fazer para evitar um atropelamento quando estiver conduzindo uma embarcação?
* Manter constante a velocidade do barco, sem realizar mudanças súbitas de direção;
* Antes de navegar, se informar sobre a presença de golfinhos, baleias e peixes-boi no local e suas áreas de concentração;
* Navegar em baixa velocidade quando passar por estas áreas.

Quando encontrar um grupo de golfinhos, baleias ou peixes-boi:
* Diminuir imediatamente a velocidade do barco;
* Nunca tentar separar um grupo, nem posicionar-se entre os animais (principalmente no caso de fêmea e filhote);
* Se alguma baleia se aproximar muito do barco, desligar imediatamente o motor e não tornar a ligá-lo antes de avistá-la claramente a uma distância segura;
* Não lançar objetos na água e nem tentar alimentar os animais;
* Evitar fazer qualquer tipo de barulho.