11 de julho de 2019

Pesquisadores de Projeto Toninhas discutem destino da espécie no PAN da toninha

Na Oficinas Elaboração do Plano de Ação Nacional de Conservação da Toninha (PAN Toninha) são definidas ações para a conservação da espécie

De 1º a 4 de julho aconteceu em Santos (SP) a Oficina de Elaboração do Plano de Ação Nacional de Conservação da Toninha (PAN Toninha), um dos marcos mais importantes para as políticas públicas de conservação de espécies ameaçadas de extinção no Brasil, o que inclui o golfinho mais ameaçado do Oceano Atlântico Sul.
O encontro reuniu cerca de 40 pessoas, entre pesquisadores, representantes de órgãos públicos federais e estaduais e da sociedade civil organizada. A coordenadora geral do Projeto Toninhas, Marta Cremer, e o coordenador de pesquisa, Renan Paitach, compõe o grupo. Em cinco dias de discussão foram definidas as diretrizes de conservação para a toninha no Brasil.




Você sabe o que é um PAN?
É um instrumento de gestão voltado para o ordenamento de ações para a manutenção da biodiversidade. Cada PAN é constituído por um conjunto de metas e diretrizes estabelecidas como necessárias para a conservação de espécies ameaçadas de extinção. Eles são elaborados e implementados de forma conjunta, envolvendo especialistas, gestores públicos e a sociedade civil organizada, entre outros atores.

Para que serve um Plano de Ação Nacional?
Os PANs servem para orientar as ações de pesquisa e gestão necessárias para reverter a situação de ameaça em que uma espécie se encontra. Em geral estas ações incluem o monitoramento, a educação ambiental, o manejo das espécies e dos ecossistemas, buscando reduzir gradualmente o risco de extinção das espécies.



Quem executa o PAN?
As ações do PAN são de responsabilidade conjunta do poder público e da sociedade civil, pois proteger a nossa biodiversidade é um compromisso de todos. Na elaboração do PAN é definido um ator no papel de articulador, assim como colaboradores, que irão atuar especificamente na execução da ação.

E por que é importante um PAN da toninha?
A toninha (Pontoporia blainvillei) é o pequeno cetáceo mais ameaçado de extinção em todo o Atlântico Sul Ocidental. Na Lista Oficial das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção está listado como “criticamente em perigo”, o último nível de ameaça antes da extinção.
De hábitos costeiros, a toninha é encontrada em águas com até 50 m de profundidade, sendo que a maioria permanece em áreas de até 30 m. Essa característica torna a espécie muito vulnerável às atividades humanas, em especial a pesca de emalhe, que ocorre de forma mais intensa nesta região.
A toninha é um dos golfinhos mais antigos do mundo, vivendo em nossos mares há cerca de um milhão de anos. Sua linhagem surgiu bem antes da maioria dos golfinhos modernos, pertencendo a uma família ancestral de botos de rio. Apresenta grande importância na manutenção do equilíbrio dos ecossistemas em que vive e pode ser indicador da qualidade do habitat.



3 de julho de 2019

Drones são usados para estudar as toninhas da Babitonga


Pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora, em parceria com o Projeto Toninhas/Univille, estudam o golfinho mais ameaçado de extinção do Brasil com imagens de drones

Pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF/MG), em parceria com o Projeto Toninhas/Univille, iniciaram no último mês um estudo com toninhas (Pontoporia blainvillei) e o botos-cinza (Sotalia guianensis) por meio de imagens aéreas. O objetivo é utilizar as filmagens captadas por um drone para analisar a condição corporal (proporção comprimento - largura) destes pequenos cetáceos. Em outras palavras, utilizar as imagens para avaliar o estado de saúde desses golfinhos.


As imagens foram realizadas na Baía Babitonga utilizando uma embarcação. Um molde de toninha em tamanho real também foi utilizado para ajustar as medidas utilizando métodos de fotogrametria aérea.
Lucas Oliveira, aluno de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Ecologia da UFJF e responsável pela pesquisa, explica que a metodologia é relativamente nova no Brasil, existindo poucas informações sobre a utilização de drones como ferramenta de monitoramento de mamíferos aquáticos. “Desenvolver um protocolo como esse pode auxiliar muito para ampliar o conhecimento sobre as espécies. Em se tratando de animais em alto risco de extinção, como é o caso da toninha, a ferramenta se torna ainda mais importante.”

Esta foi a primeira etapa de um cronograma de trabalho que deverá se estender por pelo menos mais um ano. Mais duas etapas de campo já estão confirmadas, uma no verão e outra no inverno, com o objetivo de avaliar se ocorrem variações sazonais na condição corporal das toninhas e botos na Babitonga. O Projeto Toninhas/Univille, que tem o patrocínio do Programa Petrobras Socioambiental, pretende expandir o uso do drone na região para a realização de outras pesquisas.